Sábado, 16 de Agosto de 2025

Economia Solidária: Conferência aprova 80 propostas para políticas públicas

Iniciativas de cooperativismo e comércio justo ganham força com novas políticas federais aprovadas na 4ª Conaes.

16/08/2025 às 17:33
Por: Redação

A 4ª Conferência Nacional de Economia Popular e Solidária (Conaes) encerrou-se no sábado (16), em Luziânia (GO), com a aprovação de 80 propostas de políticas públicas que serão entregues ao governo federal. O setor abrange iniciativas que adotam um modelo de autogestão baseado no cooperativismo, na solidariedade e no comércio justo.

O encontro, aberto na quarta-feira (13), marcou a retomada da iniciativa de participação social interrompida desde 2014, quando foi elaborado o 1º Plano Nacional de Economia Popular e Solidária.

Segundo o secretário nacional de Participação Social, Renato Simões, além de promover uma atualização do Plano Nacional de Economia Popular e Solidária, a retomada do Conaes faz parte da Estratégia Nacional de Participação Social. Desde 2023, foram restabelecidos 100 conselhos nacionais e retomadas 28 conferências realizadas no país com o objetivo de ouvir a população. “Foi um processo muito rico de reconstrução dessa participação desde a base até o plano nacional, na reconstrução das políticas públicas”, afirmou.

O 4º Conaes sintetizou os debates e as sugestões apresentadas nas etapas preparatórias, com 185 conferências locais, 27 estaduais e 14 temáticas, envolvendo 6 mil pessoas de 1.584 municípios.

As propostas aprovadas foram organizadas em quatro eixos temáticos:

  1. Produção, comercialização e consumo;
  2. Financiamento, crédito e finanças públicas;
  3. Educação, formação e assessoramento técnico;
  4. Ambiente institucional, legislação, gestão e integração de políticas públicas.

Entre as demandas apresentadas estão a criação de um Ministério da Economia Popular e Solidária, de centros públicos de economia solidária nos municípios e territórios, além de um Programa Nacional de Feiras da Economia Popular Solidária.

As demandas preveem ainda um Sistema Nacional de Finanças Solidárias e um Fundo Rotativo Nacional de Economia Solidária, além da destinação de no mínimo 0,1% do Orçamento público para contratação de assistência técnica, formação de educadores e outras iniciativas de apoio ao modelo de autogestão.

A plenária final aprovou também 17 moções a serem integradas no relatório da conferência e encaminhadas aos órgãos citados.